quarta-feira, 5 de maio de 2010

Amor Maduro

"O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido colorido e poetizado.
Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento.

Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.
O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois, vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.

Ele não pede, tem.
Não reinvindica, consegue.
Não percebe, recebe.
Não exige, oferece.
Existe, para fazer feliz.
O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão, basta-se com o todo do pouco.
Não precisa e nem quer nada do muito. Está relacionado com a vida e por isso mesmo é incompleto, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso. É feito de compreensão, música e mistério.
É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime criança.
É o sol de outono: nítido, mas doce.

Luminoso, sem ofuscar.
Suave, mas definido.
Discreto, mas certo."


[Artur da Távola]

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